Eu estou ou não conectada com as pessoas?
Para começar quero dizer que o texto de hoje, foi feito a 4 (quatro) mãos, pois partiu de uma fala muito especial de Júlia Fernandes (@juliafernandesb). Dado os devidos créditos, vamos lá!
De acordo com pesquisa no google, a palavra conexão tem origem latina: connexio, onis, que significa ligação.
Mas o que é sentir conexão? Também por via google aprendi que é a “sensação de companhia, independentemente da distância que nos separa. Relacionado à tranquilidade, sentimos que estamos presentes no pensamento do outro, que existimos além de nossos limites físicos. Nos momentos de crise, especialmente, essa sensação ajuda a encontrar soluções.”
A partir das orientações googadas deduzimos que o vínculo com uma pessoa é uma construção interna, íntima, o que significa dizer que independe do físico, ou seja, se estou conectada a alguém, essa pessoa é presente em mim. Compreende esse tipo de dimensão? Você é presente em mim mesmo que não esteja corporificada presentemente. Quem sabe seja por isso que minha alma não esquece de minha bisavó índia, pega num laço, submetida por um “civilizado” branco, meu bisavô; provavelmente também por isso, minha avó se obrigou a submissão imposta por meu avô e que meu pai ainda trouxe traços vivos do “eu mando e você obedece!” Claro que a trangeracionalidade chega em mim certeira e causa confusão entre o que quero fazer e por vezes acho que não posso por querer honrar minha ancestralidade, dúvidas fazem parte do processo de conhecimento.
Se consegui esclarecer depois de passear pelas minhas raízes, você compreendeu que conexão independe de presença, é estado, é modo de ser, de sentir.
Mas, se ficou ainda nublado, vou falar de outra forma: Na modernidade, as pessoas vivem pilhadas, correm muito, fazem muito, cansam muito e se sentem desconectadas umas das outras porque entendem que são queridas apenas quando possuem coisas desejadas e são vistas desfrutando dessas coias; quando estão presentes e atualizadas, portanto a conta não fecha, pois quem está correndo não tem tempo de parar e sentir a presença do outro, por isso falamos tão alto, temos tanto medo e raiva e por isso temos tantas coisas, porque no final nada basta, há sempre um vazio, estamos sempre ausentes uns dos outros.
Penso que a conexão, o pertencimento começa a ser construído com a presença materna amorosa e responsável ou de quem faz esse papel.
Então, quando você gosta de alguém, essa pessoa reverbera em seu coração, lhe faz sorrir de um momento pro outro porque existe em você e você nesse alguém, não há sofrimento, desgaste. A conexão é saudável, orgânica e natural, sem provas ou exigências.
De novo, conexão é alma, é interno e sim pode e vai externalizar, mas se não foi internalizado antes, vai precisar de promessas, de falas, de protocolos. Óbvio que é bom estar presente, mas só se for num momento bom para os dois, ou três, ou mais, senão é doído além de fake.
Era isso que eu queria dizer: o meu amigo, a minha amiga, me ama se olhar nos meus olhos físicos ou se me sentir em seus corações, é muito lindo, quando a saudade transborda e recebo mensagens ou os vejo, mas mesmo quando não as recebo ou eles estão presentes, escuto-os me dizer: Te amo.
Até a próxima!